domingo, 6 de outubro de 2013

Reunião mensal: resumo de setembro


Imagem: Camila Araújo

Iniciamos a discussão deste domingo falando sobre a 21° Semana de Jornalismo, mais especificamente sobre a mesa que debateu o tema “Conteúdo das revistas masculinas”: até que ponto os produtores das revistas masculinas tem consciência da sua colaboração para a objetificação da figura feminina? Entendemos que o mercado dessas publicações se baseia em um círculo vicioso: a demanda pedindo e consumindo um conteúdo machista e a mídia formando a consciência de sua demanda. A revista masculina não se posiciona como emancipadora deste quadro, afinal, ela tem o poder de escolher o conteúdo veiculado, porém, as grandes publicações preferem se acomodar a saírem da zona de conforto que o machismo lhes oferece.

Abordamos também a Black face, que se resuma na personificação do racismo. A personagem “Adelaide”, do programa Zorra Total, exibido pela rede Globo é a black face mais famosa atualmente. Nela, a mulher negra é reduzida a um arquétipo de pobre, negra, incômoda, fedida e banguela, o que nos leva a reflexão: qual é o papel da mulher negra num Brasil onde em vagas de emprego aparecem os requisitos “aparência formal” ou “ter boa aparência”? Qual é o papel da mulher negra num Brasil onde em pleno horário nobre é mostrado no veículo de maior audiência do país um personagem como Adelaide? A mulher negra na mídia brasileira é algo que deve ser pensado e repensado.

Os presentes na reunião cogitaram a existência de uma hierarquia de gênero e de raças, onde o homem branco reina no topo, seguido da mulher branca, homem negro, e, abaixo de todos, a mulher negra.

Esta hierarquia se evidencia nas novelas brasileiras, que seguem basicamente o mesmo padrão: o homem branco, sendo o chefe de família; a mulher branca, apesar de submissa ao seu marido, mandando em sua casa e criados; o homem negro como empregado ou bandido; a mulher negra como empregada ou cozinheira, mas sempre um símbolo sexual à disposição dos homens.

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