No dia 18 de abril, segundo
encontro da FFC, após a leitura dos textos “As origens do fenômeno são mais que
remotas”, primeiro capítulo do livro “Ser ou não ser feminista” da Ana
Montenegro, e “Papéis sociais atribuídos às principais categorias de sexo”,
primeiro capítulo do livro “O poder do macho” da Heleieth Saffioti, pudemos
abordar algumas questões que permeiam as discussões sobre o feminismo.
Para contextualizar,
retomamos superficialmente alguns termos e conceitos utilizados por Friedrich
Engels na obra “A origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”.
Dentre os principais
apontamentos e reflexões estiveram:
- Origem do patriarcado
- Divisão do trabalho começou a separar os sexos: as mulheres foram educadas para o âmbito interno/doméstico/privado, enquanto o homem para o externo/público;
- Surgimento da ideologia e imagem da mulher ligada ao trabalho doméstico;
- Importância de reconhecer que a diferença de classes contribui para a opressão da mulher;
- Reconhecer que a outra mulher é diferente de mim, portanto, não posso partir do pressuposto de que todas possuem o mesmo nível de conhecimento, acesso à cultura e condição de “liberdade” que eu;
- Homem também sofre com o machismo (obrigação de ganhar bem, sustentar uma casa, não dizer ‘não’ ao sexo, gerar filhos);
- Cuidado e educação dos filhos é da mãe ou da sociedade;
- “Ser mulher” e “ser homem” são atribuições sociais;
- “Papel natural da mulher” -> condicionamento social;
- Naturalização dos processos socioculturais legitima a “superioridade” masculina;
- Inteligência feminina -> estímulo de potencialidade (restrita ao âmbito do lar)
“A plenitude do prazer só
pode ser alcançada quando nenhuma dimensão da personalidade do ser humano –
homem ou mulher – é impedida de se desenvolver. Por que não permitir, e mesmo
estimular, o desenvolvimento da razão nas mulheres? Por que não incentivar o
homem a não reprimir a dimensão afetiva de sua personalidade? Ambos seriam mais
complexos e, portanto, mais capazes de sentir e dar prazer. Das relações
assimétricas, desiguais, entre homens e mulheres, derivam prejuízos para ambos.
Basta observar atentamente o tipo mais frequente de relações homem-mulher para
se chegar a esta conclusão. Cabe, então, perguntar a quem beneficia este estado
de coisas, já que forças poderosas tentam, de todos os modos, impedir que nele
opere mudanças.” Saffioti