Em maio um dos temas discutido em
reunião foi “Padrões de Beleza”, em agosto o assunto foi aprofundado e a
gordofobia, ou lipofobia, foi abordada. A medição ficou por conta de Giulia
Araujo.
Na Grécia Antiga havia um culto
ao belo corpo, as estátuas sobreviventes exibem um porte atlético e simétrico.
Apesar disso não se pode afirmar que o corpo sarado era um ideal imposto, por
exemplo, para Platão (pensamento exposto no diálogo intitulado Fedro) o belo independe do físico, ele é
autônomo. Por vezes acontece do material acidentalmente manifestar beleza, mas
isto é apenas uma falsa cópia.
Já na Idade Média, a gordura
passa a ser vista de forma positiva. Sociedades subnutridas tendem admirar a
obesidade. Quando todos passam fome, excesso de tecido adiposo é sinal de
riqueza e beleza. Inclusive no livro O
Grande Massacre de Gatos e Outros Episódios da História Cultural Francesa,
Robert Darnton ao analisar o conto maravilhoso La Petite Annette – história
similar à da Cinderela – relata que quando Annette
principia a engordar, concomitantemente ela passa a adquirir beleza também.
Na virada do século XIX para o
XX, no Brasil e no mundo o culto à boa forma começa a se expandir. Difusão de
esportes, férias remuneradas, banhos de mar, roupas mais curtas e justas, uma
mentalidade higienista e o império hollywoodiano são alguns dos fatores que
contribuem para o início da ditadura da magreza.
Analisou-se o pensamento de dois
autores sobre o assunto. Para Naomi Wolf, além dos interesses da indústria
dietética, a ditadura da magreza se mantem como uma forma de opressão
encontrada pelo machismo (mais detalhes em O
Mito da Beleza). Já Gilles Lipovestsky, apesar de concordar sobre o
interesse industrial em uma política da magreza, diz que a magreza foi uma
forma que a mulher encontrou para negar sua feminilidade – principalmente com a
onda andrógena dos anos 70 – e se autoafirmar (pensamentoA Terceira Mulher).
exposto no livro
exposto no livro
Por que xingar de 'viado' ou de 'preto' é mal visto hoje em dia, mas a expressão "fazer gordisse" ainda é considerada engraçada? / Foto: Marina Braga |
Uma das conclusões que os
participantes chegaram é que a opressão da magreza incide muito mais na mulher
do que no homem. Enquanto dietas é um tema constante nas revistas femininas,
nas masculinas pouco se fala sobre cuidados com o peso. Também há uma
descriminação no sentido de se achar que homens cm barriga são trabalhadores e
esorçados enquanto as mulheres com sobrepeso são desleixadas.
Por fim foi abordada a expressão
“fazer gordisse”. A expressão é extremamente preconceituosa e é o equivalente a
“preto fazer pretisse”. Contudo “fazer gordisse” é usado a exaustão e sem
reflexões. Na nossa sociedade, gordofobia não é nem caracterizado como um tipo
de preconceito.
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